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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Escuridão dos Rochedos


















A lua surge nas imensas furnas
entre as fendas chicoteadas pela água salgada
os olhos das corujas a espreitar
A maré cheia e o vento gritando
enxurrada de nuvens sufocam o luar
a noite veste a mortalha, a roupa do funeral
mais escura que os breus, que os abissais
uma sequência de raios corta o céu
tempestade se aproxima apressada
Os trovões estouram na negridão das rochas
mar sombrio e enfurecido
Espectros desertores saem das grutas
na tela do terror
a celebrarem a vil atmosfera
entre as ruínas do velho casarão
lá onde a maldição devorou seus habitantes
Gotas grossas de chuva começam a lavar
uma poeira incrustada,
nos cacos das telhas de barro  
como se quisessem limpar a angústia aprisionada na lúgubre aura dos destroços
conheço bem esse lugar
seus demônios, suas almas,
e fantasmas sem sepulturas
todos em busca dos estilhaços das ondas do oceano nos rochedos,
das pétalas escurecidas, de rosas murchas
da noite mais fria e barulhenta
para que possam gemer à vontade
junto com os trovões e a tempestade.

Taís Mariano

Para a data 05 de dezembro, para as três, para Venâncio e as "chaves de Gabriel  (chaves)... Para Jane, para Patrícia, para mim...

"Há triunfos que só se obtém pelo preço da alma, mas a alma é mais preciosa que qualquer triunfo". (Rabindranath Tagore ,primeiro nobel de literatura da India,1913)

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