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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

                                                                                                                                                                 A noite bordou em minha alma ...                                                                                            

Verdades inquietantes
com negros e dourados fios de seda
Se não der para gritar
Melhor sussurrar e sorver as lágrimas
matar a sede nas ondas dos sentimentos
O manto amarelo do sol ao amanhecer,
aquece e faz cessar o pranto
Até o anoitecer cobrir-me com seu lençol
pano índigo de estrelas leitosas
que secam e adoçam os lábios do passado
Ilusão atrevida , não ainda esquecida,
Olhar o horizonte vazio, promessas perdidas
Enganos... as luvas do destino guardadas
nas gavetas tatuadas do coração
as mãos abertas e descobertas,
nos dedos as alianças e anéis apertados
Interpretações desgastadas,
sem mais nevoeiros e temporais
Um tempo...para novos tempos, sem relógios
As cicatrizes, ocultas no pensar distante
Desenha-se ao entardecer, o cenário da vida
Para que esconder um rosto sem pinturas?
As portas estão todas abertas
E as janelas sem cortinas
Seus legados e sentinelas expostos
Loucas marés que vem e vão
uma embarcação que não mais içou as velas
ancorou em porto seguro,
Porque convém meditar as incertezas?
Para que se tenha alguma certeza...
sem mais naufrágios, por ora
Observar o amanhecer e anoitecer
Todos os dias, todas as noites
Eles nunca serão iguais...
O vento soprando algumas frases...
Os cães na areia uivando para a lua
E os barcos aportados esperando
Um sinal para partirem, sem pressa...
Permita o universo, a natureza 
que a brisa noturna, sopre forte seu perfume
imprimindo sua marca na madrugada 
arrebentando certas amarras e fios de seda
invadindo outros portos com seu cheiro
trazendo a paz e o amor  desconhecidos...
carregando para longe o que não for luz
deixando que a noite desça
tecendo novos bordados na alma...

Taís Mariano - Bruma lilás

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