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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Uma Veneza para Milie Aldrey

Dança Aldrey no balanço da gôndola escura
Antes que os outros descubram teu paradeiro
Sejas feliz com tuas  máscaras em preto e branco,
se  ainda conseguires...
A praça  San Marco e um dos castelos do Gran Canale,já não são...
Nunca mais foram os mesmos, sem os olhos anilados do pierrô
que sempre se disfarçava de  arlequim ...
O voo do anjo na praça deu início ao carnaval e ,
Ele não tem mais cor, nem sabor, nem  sonhos
Pois - aquele homem, lá não está mais,
Sumiu, voou no ar com o anjo, ou afogou-se em outras águas
Aldrey tateia agora nas colunas do imenso salão pintado de dourado e azul
Corre na direção contrária e dança por dançar
Sem os seus desejos e ritmos,  envolta em véus,
enche suas  máscara de lágrimas
Grita Milie: Quero minha Veneza de volta !  
Meu amor iludido, perdeu-se entre as folhas escritas na praça
Poemas alaranjados de uma paisagem bucólica
Letras que caem e formam um tapete de esperanças
Pobre Milie, deixou-o escapar,
por medo de  sua máscara cair e seu disfarce ...
ser absorvido pela vil realidade
Volta Veneziano, Milie Aldrey está a morrer !
Não há paixão  maior (sofrimento) do que aquela que se foi
Foi deixada a margem ...do outro lado da ponte
Matizes e anseios, teu medo te corrompeu
e te levou de volta ao calabouço, veneziano
Dois covardes, numa Veneza mascarada
Fugindo de si mesmos, a vida,com receios de perder
Já estão mortos por esconderem-se
Vem veneziano
Vem recriar uma Veneza para Milie Aldrey


Taís Mariano - 2015


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