Ventanias azuis...
Depois das ventanias azuis...
dia após dia... tento entender
Uma angústia se instala,
sem ouvir tua voz ... me perco
A paisagem desmaia, cansada
Devastadora tempestade de areia
No deserto, a agonia sem fim...
Eu quis voar...correr...dançar...
quase perdi minh’alma, tão pueril
Sufocada pelo ar frio e seco...
Meus olhos ainda ardendo pelos teus
O sopro suave do paraíso adormeceu
distante da realidade, longe de ser
por pouco não sucumbi...ilusão lilás
O silêncio fez crescer a velha tristeza de antes
Cortaram nossos laços, mais uma vez
Que força invisível é essa? Que nos une
e na ironia da tortura nos aparta
Fios etéreos ...tão confusos...
Percebo que há um livro fechado
Perdido no tempo pretérito
o lado de lá é o oposto do lado de cá
O nó que tenho na garganta, cresce
Teimosia de um amor que se arrasta
Cansei de me perder em pensamentos
Teu semblante,onde está teu rosto?
Bebi de um licor tão doce
Promessas inúteis e deliciosas
Hoje anoiteceu sem estrelas
Devaneios trancados a quatro chaves
Sem derramar lágrimas
Congelei no espaço da decepção
Senti um punhal atravessar meu peito
Meus sutis gritos por ti
Onde mora teu coração, eu não sei
Meu sentimentos ainda respiram...
Trôpegos, rodopiam e insistem ...
em dançar mais um balé sem razão
Presos nas ventanias azuis...
17/02/2012
Li o seu poema várias vezes e cada vez que leio, uma nova imagem, paisagem vislumbra em minha frente. Talvez esse seja o segredo do poeta: Embevecer as palavras, criar novas formas, inventar outras essências, solidificar a alma e humanizar o espírito.
ResponderExcluirAbraço
Escrever é muito bom né?
ResponderExcluirEstas ventanias azuis nos tornam etéreos... lindo demais. Como sempre tem coisa boa por aqui.
ResponderExcluirAdoro visitar estas páginas...
Abraço