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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

FÊNIX DO HIMALAIA


 
Fênix do Himalaia

Nas cordilheiras entre nevoeiros oculta esteve
(na)morada da neve...suas asas não atrofiaram
A fênix saiu das esculturas do templo
Voando pelo cosmos ,alimentando-se de luz
Pedras milagrosas a quebrarem falsos obeliscos
Quantos adágios inverídicos, reconheceu...
Artífices da utopia se afastaram...
Entre os monges se aqueceu, reviveu
Quebrou-se a máscara pálida da ilusão
Nasceu o sol entre as montanhas do Himalaia,
Relâmpagos, anunciaram a explosão de sentimentos

Pequenas pétalas de lótus dispersaram no ar
Flutuaram em nuvens de um céu lilás
Suave murmúrio da chuva, sabedoria
Matéria e espírito, equilíbrio
Taças transbordantes...
Unidade de almas... fusão de cores
Proteção...herança divina

Fênix de prata conheceu o inferno
Queimou e renasceu...
Alçou voo para a luz
Chorou limpando a cegueira da alma
Enxergou...enfim rasgou os véus...







terça-feira, 9 de agosto de 2011

ARQUEÓLOGOS DA ALMA



ARQUEÓLOGOS DA ALMA


Diante da indômita dúvida

Surgimos, arqueólogos da alma

escavando vivências

derrubando barreiras

Encontrando estilhaços...

de muitas lembranças

Experiências sublimadas,

imaculadas distâncias

rios de sombras e luz,

comportas fechadas ...

sentimentos presos

mais adiante avistamos ...

um conhecimento embaçado

que provém da fonte?

Na superfície...

uma falsa sabedoria, paira

Sons ao longe ecoam,

Murmúrios dos antepassados....

frases soltas no universo...

Silêncio crepuscular...

quebrado pelo verbo

Palavras que se encontram

e por algum motivo se separam...

Fragmentos de nós mesmos

Pequenos pedaços...

Somos muitos em um só

Tentamos construir a escada etérea,

mas o céu está em nós...

Como medir sua altura?

Se ele é infinito

Imensurável... véu índigo

Observamos as estrelas

Viajamos por nossos labirintos

Corredores internos

repletos de portas

Quase indeléveis

Quando abrimos algumas delas...

Ali se apresentam as pontes

Reinventamos nossos passos

Almejamos a travessia

O desconhecido, a outra margem

transcender e chegar

encontrar nossa essência iluminada

Que nos habita desde o princípio...



“O homem não conhece sua própria hora: semelhante os peixes apanhados pela rede fatal, os passarinhos presos no laço, os homens são encalçados na hora da calamidade que se arremessa sobre eles de súbito “ ( Eclesiastes, CAP 9,12)

sábado, 6 de agosto de 2011

TREM DAS INCERTEZAS E TREM NOTURNO (1ª E 2ª ESTAÇÃO)



TREM DAS INCERTEZAS – 1ª ESTAÇÃO

Incertezas
O que fazer?
Desvio nos trilhos
Percepção de trem estagnado
Próxima estação... distante
Viagens perdidas
Repetidas trajetórias
Círculos sem tréguas
Espelhos semelhantes, ciladas
Velhas estações,cansaço
Paisagens incolores
Silhuetas fantasmagóricas
Trem das incertezas
Sem pausas
O que fazer?
Saltar do trem...
(Vou embarcar no TREM NOTURNO PARA . . . )



TREM NOTURNO - 2ª ESTAÇÃO 

Hora tardia
Parto no último trem
lá fora há buracos na escuridão
Difusas esferas de luz leitosa
Vultos vão ficando para trás
Cidade sem rosto, ao longe
No silêncio da viagem
Exato momento
hora de entorpecimento
Meu interior desperta
Renasço no trem noturno
Desce a chuva invisível
limpa as janelas do trem
Meus olhos se abrem
Sinto então..
nem para o lado
nem para trás
nem para frente
somente para dentro...
Meu interior...trem noturno