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domingo, 29 de maio de 2011

. . . última safra . . .


. . última safra . . .


És a última safra
dos sentimentos...
a guerra mais longa...
A dança mais lenta...
O fio de Ariadne
arrebentado...
na metade do labirinto...


És o percurso inacabado,
uma venda amarrada...
aos olhos molhados
O último enigma....
A esfinge mais difícil
de se decifrar


És o grito no silêncio...
O eco dos dois caminhos...
Que vão e vem...
A música mais longa,
e mais    triste,que toco
em meu piano...


És o vinho tinto que me embriaga
a composição do meu sacrifício
o último afeto...ceifado
meu raro vício,guardado


És uma estrela cadente,
no escuro da noite...
O brilho da verdade que arde...
Meu misterioso véu de anil...açucarado
que as lágrimas e a chuva derretem
escorrendo pelos horizontes infinitos


És o dono das minhas insônias
madrugadas delirantes,lembranças ...
sou navegante das névoas prateadas
em busca da minha colheita...
És a última safra...
dos sentimentos...


És inspiração que não acaba
Que emerge das antíteses da vida
na fúria de um oceano em convulsão
és o poema da  minha eterna paixão


01/04/2011
29/05/2011

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

OS ANJOS ADORMECERAM




OS ANJOS ADORMECERAM

VENTO MORNO
SURGE REPENTINO
SUSSURANDO O TEMPO... UM TEMPORAL
BALANÇANDO OS GALHOS PARDOS E FRACOS
DAS ÁRVORES PREGUIÇOSAS
HORIZONTE ESCURECIDO
CÉU TURVO, TRISTE, DISTANTE
 ANOITECER PRECOCE
 AVES ENCOLHIDAS NAS PALHAS
OBSERVAM DE PERTO A DANÇA
SÃO FOLHAS AMARELADAS
QUE SE ENTREGAM AO AR
SECAS E LEVES  BAILAM ATÉ A MORTE
OS ANJOS ADORMECERAM!
OUTONO VAZIO, SOMBRIO...
O SILÊNCIO DAS CASAS
QUE MAIS PARECEM TUMBAS
PESSOAS RECOLHEM-SE 
EM SEUS TÚMULOS 
O PENSAMENTO PRESO 
RUAS DESERTAS,
CALOR E FRIO
INSANO DESTEMPERO
JANELAS FECHADAS
AS CHAMAS FINAS DAS VELAS
O RETUMBAR DE UM TROVÃO
TREME A NATUREZA
SACODE  CIDADE APÁTICA!
DESCE A CHUVA VIOLENTA
AO ENCONTRO DA TERRA
FAZENDO O PENSAMENTO ACORDAR
CHORA! ESTAÇÃO SEM VOZ!
NUVENS DE CHUMBO  
ENCLAUSURARAM A LUA
OS ANJOS ADORMECERAM
NUM ANOITECER PRECOCE
DE UM OUTONO VAZIO



terça-feira, 17 de maio de 2011

MELODIA DA SAUDADE . . .




MELODIA DA SAUDADE

Voa distraído,pensamento
Ao longe... se perde
Nos horizontes azulados
Não demore a resgatar
Vai buscar,depressa
Meu coração cigano
Que não se cansa de navegar
Perceptível momento...
Vento ousado,a soprar
Melodia da saudade
Num mar disfarçado
Nada é o que parece
Ondas contrárias,
são fortes sentimentos
e uma certeza profunda...
de um barulho que não cessa
misterioso som
sem distâncias...
a noite chega...iluminando
de mansinho, vem revelar
que uma música insistente
não para de tocar...
Melodia da saudade

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PARA BAUDELAIRE . . .




PARA BAUDELAIRE . . .
Meu castelo de conchas
Vazio ficou...
para que tantas pérolas...
se não tenho com quem dividi-las?
Rumores chegaram, como trovões...
Som de vozes espectrais...
Os navios naufragaram
em nossa costa cristalina,
somente os    entulhos...
Que noite insensível,
meu nobre Baudelaire...
diante dos olhos da morte, o recuo,.
Além das vossas    forças!
Não vereis mais a luz, majestade?
Dias de escuridão, assombram...
As figuras tortas dos afogados...
Não podereis mais regressar?
Que tristeza! Meu senhor!
vós sereis o som dos abissais ...
saudade perdida nas brumas...
a fúria de um oceano turvo
a brisa lacrimosa, escondida...
Por toda a eternidade?
Sinto o ar salgado...
Os relógios d’areia
partiram-se no ar seco
Minh’alma  com frio,
está a vagar pelo  mar ...


“TANTAS RELÍQUIAS ESQUECIDAS
DORMEM NAS TREVAS ENRIQUECIDAS...
BEM LONGE DAS PÁS E DAS SONDAS
MUITAS FLORES EXALAM COM MEDO
O DOCE PERFUME COMO UM SEGREDO
EM SOLIDÕES DE ESPESSAS ONDAS”
Fragmentos de Charles Baudelaire
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Publicado no site: O Melhor da Web em 11/05/2011